Trabalhos
realizados pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) – correalizadora da
conferência –, por ligas acadêmicas e o GISPE serão levadas ao debate, como alternativas
para a geração de energia renovável
Celeiro de boas iniciativas na
área de produção de energias limpas, o Piauí sediará, nos dias 3, 4 e 5 de
junho, no Centro de Convenções de Teresina, a Conferência Internacional de Tecnologias
das Energias Renováveis – CITER. Uma das instituições correalizadoras de um dos
maiores eventos do mundo no segmento, será a Universidade Federal do Piauí (UFPI),
que há alguns anos vem desenvolvendo pesquisas e soluções já aplicadas,
especialmente, para as comunidades de baixa renda.
Um dos nomes à frente dos
diversos projetos é o professor Albemerc Moura de Moraes, assessor de Pesquisa
e Inovação da Pró-reitoria (PROPESQI/UFPI), conta que a universidade, assim
como o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Energia Solar (GIPES), o qual ele
lidera, tem criado alternativas para o desenvolvimento de novas matrizes
energéticas, que possam contribuir tanto para a preservação do meio ambiente
quanto para auxiliar comunidades carentes do estado.
“[A energia renovável] é uma
temática muito oportuna, diante da realidade que vivemos, de mudanças
climática, e em um momento que precisamos fazer uma transição energética justa,
sustentável e popular. Levando energia para quem precisa, renovável, de baixo
impacto”, elenca o docente que continua: “Embora eu não concorde com esse termo
‘energia limpa’, porque nenhuma energia é totalmente limpa, existem as
renováveis, em especial a solar, que têm um menor impacto, com uma geração menor
de gases do efeito estufa.”
Atualmente, segundo o professor
Albemerc, a UFPI é a maior instituição de pesquisa de energia renovável do
estado e tem se preparado para levar aos participantes novas ideias para o
mercado de hidrogênio verde. “A Universidade do Piauí, enquanto a maior
instituição de pesquisa de extensão do estado, tem todo o interesse de
trabalhar na organização, na indicação de palestrantes, de mesas, também no
CITER POP – evento da conferência que visa popularizar a ciência –, como meio
de popularização da ciência”, completa. “Nada mais importante do que realizar
essa feira na semana do meio ambiente, focando na importância da diversificação
da matriz energética, na transição energética e pensando nas populações mais
vulneráveis, na agricultura familiar, no homem e na mulher do campo, populações
ribeirinhas, nos povos tradicionais.”
Prêmio
A paixão pelo assunto, levou o
professor a se dedicar a diversas frentes de estudos e pesquisas sobre o
assunto, como a Liga Acadêmica de Energia Solas da UESPI e o GIPES. Entre os
anos de 2021 e 2023, docentes, colaboradores e alunos protagonizaram
iniciativas de produção de energia sustentável para comunidades carentes do
Piauí, o que lhes rendeu prêmios e a possibilidade de estender a mais pessoas
as ações.
“Na liga acadêmica, os alunos
desenvolveram um aplicativo chamado de Quis Solar, para saber se as
pessoas têm algum conhecimento na área. Temos outro projeto de pesquisa e
extensão que levou para mais de 20 comunidades sistemas de bombeamento de águas
para a agricultura familiar. O projeto foi premiado pela Organização das Nações
Unidas (ONU), como uma iniciativa pioneira, inovadora na área de transição
energética, em 2022. E, graças a esse prêmio conseguimos levar esse projeto
para mais comunidades”, orgulha-se o pesquisador.
Além da iniciativa premiada, os
grupos liderados pelo professor criaram escolas solares, que levaram às
comunidades piauiense o debate sobre o uso de energias renováveis. Em uma das
unidades de ensino, a instalação de um sistema de geração de energia limpa
ocasionou a economia de cerca de R$ 1 mil mensais para o governo do estado. O
programa será estendido a outros centros educacionais durante os anos de 2024 e
2025, e ainda a criação de um curso de agroecologia.
“A ideia é que essas várias ações
sejam apresentadas durante o evento da CITER Pop e às mesas redondas. Indicando
e sugerindo para que esses temas sejam debatidos durante essa conferência”,
projeta.
Nova fronteira
O hidrogênio verde tem sido debatido
no mundo todo, por sua forma limpa de ser gerado e menos poluente. No Piauí, a
maior parte da energia renovável é gerada a partir de fontes eólicas e
insolares. Por isso, Albemerc afirma que a CITER será de grande importância
para o estado e para os estudantes. “Acreditamos que o evento terá um papel
fundamental, como um divisor de águas para colocarmos cada vez mais em pauta
para a nossa sociedade e para que todos tenham conhecimento dessa
transformação, da revolução energética que estamos passando, especialmente
nesse cenário de mudanças climáticas.”
Os episódios extremos climáticos
do Rio Grande do Sul também estão entre as preocupações dos pesquisadores piauienses,
por algumas similaridades entre Porto Alegre e a capital do Piauí. “Teresina,
por exemplo, é uma cidade entre rios e ficamos pensando nas complicações que
eventos extremos, no futuro, podem proporcionar para nossa cidade. Se a gente
não mudar hoje o nosso presente, nosso futuro pode estar comprometido com
eventos climáticos extremos. Para isso, o potencial das energias renováveis é
fundamental”, conclui.