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CITER abre as portas para o futuro da energia renovável no mundo

CITER abre as portas para o futuro da energia renovável no mundo

03/06/2024 18:00 CITER Admin
CITER abre as portas para o futuro da energia renovável no mundo

Durante três dias, serão debatido temas voltados a transição energética mais democrática, além da realização de negócios na área de produção de energia sustentável e limpa


A Conferência Internacional de Tecnologia das Energias Renováveis – CITER foi oficialmente aberta, nesta segunda-feira (3), no Centro de Convenções de Teresina. Na presença de alunos, docentes e diversas autoridades federais, regionais e locais, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, e a presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente (ICIMA), Ana Paula Moura, deram as boas-vindas para os participantes. O encontro terá três dias, e mais de 40 painéis, entre outras atividades.

Atualmente, o estado do Piauí é um dos líderes no âmbito nacional na geração de energia eólica e solar, motivo que levou a unidade federativa a levar a conferência para lá. Diante disso, a presidente do ICIMA agradeceu ao governo pelo empenho.

“Essa é uma grande conferência. Chegamos a esse momento muito felizes. Chegamos aqui graças ao desejo do governador Rafael Fonteles, que quis debater o futuro das energias renováveis. O senhor poderá dizer que aqui ocorreu o maior evento de energias renováveis do ano de 2024 e, em breve, o senhor poderá dizer que o Piauí é o principal estado na transição energética”, afirmou a presidente do ICIMA.

Para o chefe do Executivo piauiense, a realização da CITER em Teresina servirá para consolidar seu estado, em um futuro próximo, como o principal polo de produção de energias renováveis. “Esse é um momento histórico para o estado do Piauí. Esperamos que fique aqui um legado de consciência para o estado, para o Brasil e para o mundo. A CITER não é apenas para ter o Piauí na foto. Queremos que a CITER esteja todos os anos aqui, para que fiquemos na vanguarda das discussões da transição energética”, afirmou o governador. “Essa é a nossa grande oportunidade do Nordeste, em especial para o Piauí, que pode liderar este momento. Mas precisa ter prioridade nacional, pois do contrário perderemos o bonde da história.”  

Fonteles destacou que a transição energética é uma das prioridades de sua gestão, entretanto, ele alertou que todo esse processo deve ser mote para a geração de emprego, de renda, novas tecnologias e de preocupação com a comunidade local.

“O governador tem tratado a transição energética como um dos pilares. Temos alguns deles. Esse evento demonstra a importância desse setor para o estado do Piauí. Ele carrega na sua identidade, o compromisso com o sustentável”, garantiu o presidente da Investe Piauí, Hugo Almeida.

Mudanças climáticas

A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, alertou sobre os efeitos que as mudanças climáticas estão tendo no mundo e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul, com a catástrofe de grandes proporções que ainda causam danos às famílias e ao estado como um todo, devido às cheias na capital Porto Alegre e em cidades do interior.

“A crise climática está posta, não é algo do futuro, como ocorreu no Rio Grande do Sul. Essas tragédias são cada vez mais presentes pelo mundo, mas com impacto mais devastador nos países em desenvolvimento. Tudo isso nos impõe uma reflexão ainda maior de formas sustentáveis de produção de energia, que reduzem a emissão de gases do efeito estufa e combate as mudanças climáticas”, afirma a chefe da pasta. “Precisamos somar forças para dar saltos maiores.”

Chefe interino do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Osmar Júnior alertou a necessidade de se realizar a transição energética  com foco, também, na guerra contra à pobreza, em especial, com preços acessíveis para os consumidores mais carentes.

Esperança de bilhões

O representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Claudio Providas afirmou, durante sua fala, que a realização da CITER vai além da conferência, desaguando numa mudança mundial que pode salvar vidas e o planeta.  “Este evento representa um projeto ambicioso e a esperança de bilhões de pessoas no mundo. Falhar nos nossos objetivos não é uma opção viável. A pobreza persistente e a falta de acesso aos serviços básicos e a degradação ambiental são fatores que contribuem para o descontentamento e o aumento de tensões. Diante desse cenário, precisamos trabalhar juntos, usando nosso capital político. O Brasil tem que ser ator central na transição energética. Sabemos que são necessário bilhões de dólares para acelerar a transição, mas os impactos já podem ser sentidos, como no Rio Grande do Sul.”

A representante das vítimas de Barragens, do Campo, das Águas e das Florestas Maria Gonçalves reforçou o alerta em carta para a CITER.  “Desde a formação do Brasil, os povos originários, os quilombolas e comunidades negras estiveram foram negligenciados dos espaços de debates. Os que menos contribuem com a mudanças climáticas são os mais prejudicados”, destacou. “É urgente reorientar o sentido do desenvolvimento para o bem-estar das populações em seus territórios.”

O secretário nacional de Transição Energética, Tiago Barral, do Ministério de Minas e Energia elencou diversos investimento do governo federal para o desenvolvimento de novas matrizes, entre elas R$ 60 bilhões para a Região Nordeste. “A Citer se destaca pela convergência entre governos, setor privado, academia e sociedade civil. Essa é uma fórmula de sucesso. Um dos temas é a questão do hidrogênio verde e nos de Minas e Energias estamos nos esforçando para viabilizar isso”, apontou o secretário, que garantiu que o Executivo tem uma estratégia para a produção de hidrogênio verde e a criação de plantas-piloto até 2035.