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Divulgadora destaca a necessidade de dar acesso científico à população

Divulgadora destaca a necessidade de dar acesso científico à população

05/06/2024 14:15 CITER Admin
Divulgadora destaca a necessidade de dar acesso científico à população

Kananda Eller defende que academia, empresários e comunidades tradicionais interajam em busca de soluções para a proteção do planeta

Fundadora do perfil Deusas Cientistas, a divulgadora científica Kananda Eller foi ima das palestrantes do terceiro e último dia da Conferência Internacional de Tecnologia das Energias Renováveis – CITER, que ocorre até esta quarta-feira (5), no Centro de Convenções de Teresina, Piauí. Uma das mulheres mais influentes do meio científico nos últimos anos, ela defendeu a união entre a academia, empresas do setor das energias limpas e as comunidades tradicionais, detentoras de conhecimentos populares que podem ajudar na preservação do planeta e no avanço das pesquisas.

Para Kananda, a divulgação do conhecimento acadêmico é um poderoso aliado para as mudanças sociais, assim como aprender com os conhecimentos populares. “É importante a produção desse conhecimento, levando-o para a sociedade e dialogando com as comunidades tradicionais. Esse diálogo precisa ser feito a partir da divulgação dos entes que produzem o conhecimento”, afirma a especialista. “Estou bem otimista, porque esse futuro está sendo construído no presente.”

Kananda Eller foi eleita, em 2021, a Baiana do Ano na Ciência pelo jornal Correio da Bahia. Seus trabalhos ajudaram a popularizar o conhecimento, inclusive, por meio do programa “Ciência Substantivo Feminino”, transmitido pelo canal GNT.

Com essas e outras credenciais, a divulgadora alerta para os riscos da não participação da população em geral no debate sobre como esses meios de produção serão desenvolvidos e como os moradores de áreas afetadas pelos empreendimentos serão atingidos. “A sociedade também precisa avançar no debate. Saber onde serão instaladas as usinas de energia renovável para avaliar o impacto sobre aquela comunidade. Como produziremos novos tipos de energias e se ela realmente irá beneficiar. Temos que pensar em soluções para os diversos biomas do país”, enumera.

A divulgadora e, também, cientista acredita que o avanço econômico e acadêmico está associado à preservação da natureza. Para ela, as empresas que mais pensam no lucro precisarão ceder mais para manter seu desenvolvimento. “Vivemos em uma sociedade que vive do lucro. O que foge disso são os povos indígenas e as ribeirinhas, que por muitos são considerados atrasados, porque vivem em harmonia com o meio ambiente”, destaca Kananda, que alerta: “Estamos vivendo mais uma extinção, mas o grande problema é como estamos aceitando essa extinção da Terra. Dar mais valor a uma nota de papel do que a uma árvore mostra como nos relacionamos com o planeta.”

Divulgação

Kananda Eller acredita que os acadêmicos e cientistas precisão se comunicar melhor com a sociedade e que conferências como a CITER contribuem para que essas informações cheguem a população. “O que ocorre dentro das universidades e das empresas estão sempre distantes das pessoas comuns. Os cientistas não são treinados para falarem com o público. Exemplo disso foi quando veio a pandemia – de covid-19 –, que virou terreno fértil para a desinformação por conta da distância entre a ciência e a sociedade.”

Ela alerta, ainda, para a produção de conhecimento científico. Segundo a divulgadora, a atual ciência é feita por uma maioria de pesquisadores brancos e de classes altas.