Mesa de
encerramento exalto participação da academia, membros do governo do Piauí, da
sociedade civil e do setor privado em busca de soluções para a transição
energética limpa e sustentável
A Conferência Internacional de
Tecnologia das Energias Renováveis – CITER terminou, nesta quarta-feira (5),
com um último painel que debateu o “Legado da CITER e os próximos passos da
transição energética”. Em encontro com secretários de estado do Piauí, a
presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente
(ICIMA), Ana Paula Moura, e a assessora de Cooperação Descentralizada e do
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Ieva Lazareviciute, os participantes
falaram sobre a semente plantada na unidade da Federação. A mesa foi mediada
pelo jornalista Rafael Balago, da Revista Exame.
Segundo o presidente da Investe
Piauí, Victor Hugo Almeida, a decisão de levar a CITER para o estado não foi casuística,
mas uma decisão do governo local para que a unidade da Federação se colocasse
com um líder nacional na transição energética. “A CITER vem ao encontro dos
setores econômicos estratégicos do estado, como, por exemplo, da sociedade
digital e tecnológica, com projetos da Secretaria de Educação, e o setor da
economia verde sustentável. Esse é um esforço de Estado para colocar o Piauí na
liderança daquilo que ele pode”, afirma o presidente. “Hoje somos o terceiro
maior produtor de energia eólica e solar, e o esforço da CITER é para adensar
essa cadeia de valor.”
“Falar de energia renovável não é
apenas um monte de placa solar instalada ou aerogeradores, mas uma cadeia de
valores. É mostrar tanto para quem é de fora do Piauí, o papel de destaque do
estado, como para os cidadãos do Piauí de quais os setores podem ombrear com
outros estados”, concluiu.
Para a presidente do ICIMA, Ana
Paula Moura, a CITER conseguiu o objetivo de unir todos os atores necessários
para um salto na produção energética limpa. Com isso, a conferência se
estabelece como um marco para o Piauí e para o Brasil.
“A CITER é fruto de uma grande
união, que é muito difícil de se ver em eventos, onde se coloca todos os
setores da sociedade dialogando. Normalmente, temos evento apenas da academia,
ou do setor público ou do privado, somente da sociedade civil. Mas a CITER une
todos os setores para fazer um grande diálogo que é urgente para o país e para
o mundo sobre as energias renováveis, a transição energética, o meio ambiente,
as mudanças climáticas e a Agenda 20230, que se aproxima com as ODS. A CITER
também permite tecer a discussão sobre as tecnologias das energias renováveis,
que está muito no campo dos cientistas, das grandes empresas que as desenvolvem.
A conferência permitiu popularizar de fato o debate e o entendimento do que é a
tecnologia das energias renováveis, o que é o hidrogênio verde, a transição
energética. Isso faz com que de fato a sociedade participe”, comemorou.
Alerta
A assessora de cooperação
Descentralizada e ODS Ieva Lazareviciute alertou para a problemática da ação
humana sobre o meio ambiente e os impactos que ela pode causar diretamente no
clima. “No caso do clima, não somos os dinossauros, mas sim o meteoro
– em referência ao asteroide que atingiu o planeta há 66 milhões de anos e
extinguiu parte da vida no planeta. Não estamos apenas em perigo, nós somos o
perigo. Mas, também, somos a solução”, disse a membro do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), reproduzindo fala do secretário-geral da
Organizações das Nações Unidas, Antônio Guterres.
“Para mim, isso reflete muito a
CITER, pois ela traz à mesa tanto os aspectos desafiadores quando as
potencialidades das energias que vamos construindo em prol de um mundo mais
justo e sustentável de todos os aspectos: social, ambiental e econômico também.
A CITER faz parte da solução e aponta essa solução. O desafio, agora, é transformar
isso em projetos de desenvolvimento e que beneficie cada parcela da sociedade”,
elencou.
Ampliação da educação
Para o secretário de Educação,
Washington Bandeira “Esse é um evento muito importante para o Piauí, que vem caminhando
a passos largos para ser uma referência na produção de energias renováveis, com
essa nova fonte energética, que não é mais do futuro, mas do presente que é o
hidrogênio verde”.
“A CITER deixa um legado muito
positivo. Ela teve papel relevante no engajamento, na sensibilização daqueles
que ainda não tinham contato e conhecimentos mais aprofundados sobre o tema, e
demos essa oportunidade e essa experiência a eles [alunos] de visitar stands,
ter contato com especialistas, assistindo os diversos painéis, aprendendo com
projetos que foram apresentados”, completou o chefe da pasta da Educação.
Segundo ele, foi uma “oportunidade
única e especial de fortalecer conhecimentos”. Ele afirmou, ainda, que até 2026
o estado universalizará o ensino médio com o técnico em tempo integral, dando ênfase
à formação dos alunos na área de energias renováveis. Por fim. “Estamos
preparando o povo do Piauí para que abrace essas oportunidades.”
Washinton Bonfim, secretário de Planejamento,
afirmou que a CITER complementa uma visão de futuro do governo, mas não apenas
para a atual gestão. Para ele, é necessário que a população compreenda o ritmo
que os investimentos na área de energia limpa estão sendo feitos e possa se
beneficiar deles.
“O papel que o Planejamento tem
hoje, e a CITER nos ajuda, é que somos aqueles que revolvem a terra para que a
iniciativa privada, a sociedade civil faça a plantação e nós do governo ficamos
vendo onde tem um buraco, onde precisa de um fertilizante, se vai faltar chuva,
e tenta organizar especialmente a colheita”, parabolizou Bonfim. “A CITER,
enquanto discussão coletiva, me faz pensar que ela devia permanecer.”
Conexão
O Secretário do Meio Ambiente e
dos Recursos Hídricos, Daniel Oliveira, defendeu a integração de diversos
atores dentro do processo de busca pela liderança no projeto de transição energética.
“O legado da CITER é conectar os pontos: pessoas, empresários e sociedade, o
Piauí a uma nova perspectiva mundial de sucesso para a transição energética
justa. Esse é o legado e o desafio permanente de cada um de nós, enquanto
cidadãos, empreendedores e governo, de como vamos continuar conectando rumo ao
futuro que a gente almeja.”